segunda-feira, outubro 10, 2011

Analfabetismo e ignorância são coisas diferentes



Desde há muito tempo que assisto a tentativas de relacionar o analfabetismo com acções cívicas de cariz duvidoso. Refiro-me, neste caso particular, às pessoas que votam em candidatos eleitorais com passado comprovadamente irregular do ponto de vista legal.

Ora, o passado recente do nosso país comprova que não há relação directa entre uma coisa e outra. Vejamos, por exemplo, o caso da Madeira. Alberto João Jardim, apesar das atrocidades financeiras que cometeu nos últimos anos, recebeu novo e insistente voto de confiança da população madeirense. A Madeira tem uma das taxas de analfabetismo mais elevadas de Portugal.

Contudo, Isaltino Morais foi re-eleito no concelho com uma das mais reduzidas taxas de analfabetismo do país. Recorde-se que Isaltino Morais foi condenado a prisão efectiva, ou seja, graves irregularidades foram dadas como provadas. Ainda assim, o povo oeirense, preferiu renovar o cargo ao senhor.

A meu ver, isto apenas significa uma coisa. As pessoas,cada vez mais, olham apenas para o seu umbigo, deixando de lado os valores fundamentais que deveriam estar na base de qualquer sociedade. Expressões como "rouba,mas ao menos faz obra" é um sintoma irrefutável de que a nossa sociedade está doente, e necessita de ajuda. A doença chama-se ignorância. Esta doença, ao que parece, atinge letrados e iletrados.

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